suas manifestações solidárias na luta pela existência, o autor aludido detêm-se no papel desempenhado pelo mesmo agente na evolução da humanidade. Num esforço admirável de erudição e inteligência, examina os hábitos solidaristas dos selvagens e semisselvagens do período dos clãs; dos bárbaros das comunas camponesas, no período seguinte; das cidades livres da Idade Média, já em plena época histórica; e finalmente os da sociedade moderna, onde as práticas mutualistas, deterioradas pela crescente individualização do regime de trabalho, sobrevivem como herança de um passado remoto(2) Nota do Autor.
Desse conjunto de observações arroladas com luxo de pormenores, o que imediatamente salta à vista é a universalidade das instituições de assistência mútua, associadas em diferentes latitudes a certos estádios de evolução econômica e social. Já anteriormente, aliás, George L. von Maurer, nos seus estudos sobre comunidades aldeãs, dera um passo no sentido de alargar a visão dos etnólogos, ao demonstrar que instituições similares à da Mark germânica eram comuns a vários povos da Ásia e mesmo da América.
Em várias regiões da África, do Oriente, da Oceania e mesmo da Europa, as instituições de auxílio mútuo subsistem à transformação do regime de trabalho, constituindo-se em certas áreas o lastro sobre o qual se desenvolvem na atualidade formas avançadas de cooperação. O caso da China é típico. Sobre uma base tradicional de hábitos institucionalizados na sociedade rural e antigas organizações de apoio mútuo, constrói-se uma poderosa rede cooperativista de produtores