agrícolas, que em novembro de 1955 alcançava o expressivo total de 1.240.000 unidades(3) Nota do Autor.
Viva ainda em algumas regiões, decadente noutras, é das mais interessantes a tradição de trabalho coletivo solidário na América, onde as influências autóctones se misturam às de alguns povos, também de passado comunitário, que entraram na formação de suas nacionalidades.
Diego de Landa, referindo-se aos ameríndios pré-colombianos, informa que era costume entre os Maias ajudarem-se em todos os trabalhos. Na época da semeadura, costumavam formar grupos de mais ou menos vinte pessoas para execução, por turnos, dos trabalhos da milpa (plantação efêmera que com o tempo volta à condição de mato, terra que não é objeto de propriedade)(4) Nota do Autor.
Conforme observa Robert Redfield, em Chan Kom, na península de Iucatã, as casas, até alguns anos, eram construídas pelo trabalho cooperativo da comunidade, e em Dzitas, também na mesma zona, embora tenha a prática deixado de existir, ainda se conserva esta lembrança(5) Nota do Autor.
No Peru, os trabalhos coletivos, instituídos pela Lei da Fraternidade, integrante da legislação agrária dos Incas, assumiam aspecto de mutirões colossais.
"Era obrigatório nas atividades agrícolas o mutirão -, escreve Luís Amaral, de referência ao costume indígena peruano. Lavrava-se primeiro a terra da viúva, a dos órfãos, dos enfermos, dos velhos. Depois, os campos do povo, os do Imperador, os do Sol - ao contrário do que afirma um ou outro autor europeu". (...)