que parece afinal superada. Na realidade, o que perturbava a visão da maioria dos que abordaram o assunto era considerar o costume inerente a esta ou àquela etnia(10) Nota do Autor e, o que sem dúvida constituía uma afoiteza, generalizá-lo com esse cunho exclusivista a todo o país ou a uma porção considerável do território nacional.
A raiz deste conceito unilateral, estava, em regra, a preocupação pela etimologia do vocábulo mutirão, já aportuguesado, sem se ter em vista que, mesmo nas regiões em que é usado, ocorre, simultaneamente, o emprego de outras designações. Muitos, como se verá, são os nomes que recebe o auxílio mútuo no Brasil, dos quais alguns portugueses, outros regionalismos ou simples localismos(11) Nota do Autor não dicionarizados.
Dava-se origem ameríndia ou africana ao mutirão, quando tudo o que se pode admitir, neste particular, é que só em determinados casos houve maior influência cultural deste ou daquele povo no costume.
Admitindo-se que a instituição revela, em alguns lugares, fortes traços culturais de uma dada etnia, parece interessante a hipótese, aventada pelo escritor Dante de Laytano, de ser o pixuru usado em Gravataí, município sul-rio-grandense de formação ameríndia, uma sobrevivência indígena. Mas, conscienciosamente, adverte aquele intelectual: