Mutirão: forma de ajuda mútua no meio rural

No primeiro caso, estão os pequenos adjutórios prestados em múltiplas situações: mortes, doenças, partos, casamentos, batizados, acidentes de trabalho, para só referir os mais comuns.

No segundo caso, a ajuda mútua encontra um vasto campo de aplicações, destinando-se à efetivação de numerosas tarefas, de acordo com as necessidades do grupo, como, por exemplo, derrubadas, roçadas, encoivaramento, queimas, semeaduras, limpas, colheitas, embarramento ou cobertura de casas.

Pode ainda a associação de esforços visar à feitura de uma obra ou serviço de interesse geral, tais como construção ou conserto de estradas vicinais; limpeza de córregos de serventia pública, etc., ou aplicar-se à promoção de atos com finalidades recreativas ou religiosas.

Aludiu-se, atrás, às motivações afetivas que favorecem os hábitos solidários no meio rural, mencionando-se, de passagem, o compadrio. Embora um tanto diluída, a instituição ainda exerce grande influência nas relações vicinais, impondo deveres de solidariedade em várias situações. Deve-se a Ambrosetti uma interessante observação sobre os exageros a que dava lugar o costume entre os habitantes da região missioneira do Rio Grande do Sul. Além do batismo de emergência, denominado água do socorro, havia a cerimônia religiosa propriamente dita, comemorada com uma festa, e a confirmação, contando-se em certos casos até vinte e quatro padrinhos por filho, o que praticamente generalizava os laços do compadrio(2) Nota do Autor.

Duas são as maneiras por que se manifesta a solidariedade entre os membros do grupo: a solicitada e a espontânea, esta última menos comum.

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