Do escambo à escravidão. As relações econômicas de portugueses e índios na colonização do Brasil. 1500-1580

PREFÁCIO

A expansão ultramarina dos povos da Europa, a partir do século XVI, atrai há muito a atenção dos estudiosos. À parte sua justificação como tema de estudo por sua extensa e profunda influência sobre os povos da Europa e outras partes do mundo, sua preocupação com o encontro de civilizações diferentes confere a esse tema interesse e especial atrativo. Geralmente o exame dessa expansão recai em três categorias. Uma compreende a própria colonização, estudo em que se mostra como nação após nação, em sua ascensão e sua queda, contribuem com novos temas ou novos métodos para um padrão geral de formação e manutenção de colônias. Outra, relativamente às regiões aonde foram os europeus, levou a escrever a história das nações em que algumas dessas colônias vieram a desabrochar. A terceira é um assunto extenso e diluído, o balanço do efeito da expansão sobre a própria Europa. Embora esse efeito tenha sido frequentemente examinado em sisudas descrições de comércio inter-regional e outros estudos, não foi esquecida a influência de longínquos horizontes na história das ideias.

Das diferentes fases da expansão europeia só uma foi escolhida para exame, no presente estudo. A grande moldura da qual foi tomada é a expansão portuguesa, primeiro na África, a seguir na Índia, finalmente no Brasil. Portugal ocupa um lugar especial, como nação pequena que em muitas coisas abriu caminho ao resto da Europa. Herdeiros e cuidadosos cultivadores da ciência do Mediterrâneo,

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