diante dele, no convés, não possuíam a refinada civilização da Índia. Sua agricultura não era extensiva nem complexa e suas povoações eram simples choças cercadas de paliçadas numa clareira da mata. Dóceis, cordiais, a princípio tímidos, mas paulatinamente audaciosos, afiguraram-se excelente material humano a converter ao cristianismo. Isentos do flagelo das guerras dos indus e maometanos, apartados do comércio de especiarias e desconhecedores da rivalidade comercial entre Lisboa e Veneza, limitavam-se a pintar os corpos bem construídos com tintas rubro-negras, a dançar e a cantar pelas praias. Desses povos e de sua terra Cabral tomou posse a 1º de maio e em nome do rei conferiu a esta o nome de Terra de Vera Cruz. Depois, tomando madeira e água, levantou âncora e a 2 de maio velejou para a Índia(1) Nota do Autor.
As relações dos indígenas com os europeus, na América como em outros continentes, atraíram a atenção de muitos estudiosos, como demonstram as dúzias de estudos gerais e especiais que lhes têm dedicado. Alguns estudiosos da colonização desde logo excluíram os indígenas, como simples personagens destituídos de intenção a fornecerem incidentes de guerra e paz no grande negócio da expansão europeia. Não poucos escritores prontamente descobriram neles o tipo do nobre selvagem liberto das cadeias das instituições europeias, das terras da China às