"cartas régias, alvarás" e outros instrumentos eram cartas, ordens e decretos para fins especiais.
As descrições da terra podem dividir-se em dois grupos. Num estão as obras que descrevem viagens então feitas para e na terra, com muitas referências às maravilhas do país e aos hábitos do povo. Essas obras são as cartas dos jesuítas, tão citadas acima, e a descrição da ocupação de Villegaignon na baía da Guanabara, escrita por Lery e Thévet. No outro grupo estão os tratados sobre a terra, nos quais falta o elemento narrativo do primeiro grupo. Tais são os de Gandavo e Soares de Sousa.
Além das obras incluídas nesses grupos, existe um pequeno número de história, a História do Brasil de frei Vicente do Salvador, o Novo orbe seráfico de Jaboatão (1) Nota do Autor e a Crônica (2) Nota do Autor de Simão de Vasconcelos. Estes últimos foram de pequena valia para este estudo, pois que se baseiam quase sempre nas mesmas fontes.
Todas essas fontes – cartas, tratados e histórias – têm um elemento em comum. Cada uma delas inclui, em maior ou menor escala, a transcrição de tradições orais. De modo geral, o que os jesuítas sabiam a respeito dos índios, além de sua própria observação, provinha em grande parte da tradição oral dos indígenas. Assim também parte do que Soares de Sousa tem a dizer acerca dos primeiros colonos portugueses no Brasil é o relato daquilo que os portugueses dos seus dias consideraram a história dos primeiros estabelecimentos coloniais. A Crônica de Vasconcelos, embora baseada em cartas escritas pelos primeiros jesuítas, inclui às vezes trechos