relatos constam de escassas 150 páginas impressas, mas nelas se encontra excelente observação.
O Tratado de Soares de Sousa, com todos os seus erros, é indispensável ao estudo do Brasil seiscentista. Ele segue mais ou menos o mesmo plano de Gandavo, e, segundo Varnhagen, foi levado a escrever seu livro estimulado pelo de Gandavo. A primeira parte ("Roteiro geral") é um pilot-book da costa, e veio a servir de base para os pilot-books mais tarde publicados por Roussin e Pimentel. Entre suas instruções aos marítimos, intercala alguns capítulos de digressão sobre a história das cidades ao longo da costa e outros sobre a história dos índios. A segunda parte é principalmente dedicada a uma descrição da região da Bahia. Como latifundiário da região, conheceu-a bem; e guia convicto das virtudes de sua terra, conduz o leitor pela mão através das ruas da cidade e entre os engenhos dos seus confrades fazendeiros. Depois de descrever a fauna e a flora locais, conclui com um longo tratado sobre os tupinambás, com notas sobre outras tribos. Capistrano de Abreu disse dos tratados de Gandavo que eram propaganda para induzir os imigrantes a virem para o Brasil. A mesma observação pode ser bem aplicada à descrição que Soares faz da Bahia.
Das três histórias seiscentistas e setecentistas do Brasil, duas são crônicas de ordens religiosas, com referências incidentais ao estado do país. A de Jaboatão é a dos franciscanos. A de Vasconcelos é a dos jesuítas. Cada uma se baseia em crônicas de sua respectiva ordem, escritas em Portugal, e em cartas e relatórios dos primeiros franciscanos e jesuítas no Brasil. Deixam de parte a abundância de detalhes e o fervor missionário que inundam a gramática e a retórica nas próprias cartas e tendem à idealização da obra dos primeiros missionários. A terceira dessas histórias, embora também escrita por