dedos para baixo - o bico do pato que, enquanto ela se curvava ou dava um passo para trás ou para frente, mergulhava docemente na terra, investigando uma poça d'água, uma moita de ervas, o fogo; a linha das moças curvava-se sinuosamente após Saracacá, à medida que ela se movia pela aldeia. Chegou, então, a vez dos rapazes, com Tero (que nos estava visitando), na direção. Moviam-se entre as sombras em passos lentos, agachados, cantando a canção do iapu: canção semelhante a do pato, mas com gritos mais altos. A floresta ressoava com os ecos e a poeira, levantada do chão e iluminada pelo fogo, torvelinhava baixo em nuvens avermelhadas. Então, bendita brincadeira, após uma tarde de calor e luz, choveu. Acalmou a poeira, apagou o fogo, obrigando os dançarinos a procurar refúgio.
"Está chovendo" - disse Antônio-hu, perscrutando a noite.
No dia seguinte, todos estávamos silenciosos. O dia passava vagaroso. Colhi minhas cousas, desarmei a rede, pu-la, com meu cobertor de flanela vermelha, no fundo da mochila, coloquei a máquina de escrever em cima, embrulhando tudo com uma camisa de reserva e umas calças. Coloquei a máquina fotográfica (infelizmente, quebrada) em um dos bolsos, calcei os tênis.
"Chico" - chamei - "vamo-nos".
Chico estava sentado na casa de farinha, falando com Saracacá e Alexandre. Veio, olhando-me tristemente.
"Ainda tem o senhor algumas contas por aí?" perguntou-me ansiosamente.
Ainda tinha um punhado. Dei-lhe metade e as restantes reparti com Ari, Pinduaro e demais crianças. Dei algumas latas vazias que tinha, aos homens. Deu-me Alexandre certa quantidade de casca de tawari para cigarros