e algumas penas. Saracacá olhava Chico, enquanto ele enrolava a rale, com lágrimas nos olhos.
"Não desejam um chibé?" - perguntou num tom fraco.
"Não chore! Sim, quero um chibé".
Ela saiu e fez bastante, para mim, Chico, Tero e Antônio-hu que partiriam também. Pelas quatro e meia da tarde descemos o caminho em direção da aldeia de Pari.
Era a hora boa de viajar: parara a chuva ao meio-dia e o sol saíra, a tempo suficiente para secar a floresta, sem lhe tirar a frescura. Seus raios batiam obliquamente, através das folhas em diminutas pintas, iluminando pequenas samambaias que haviam surgido no último mês, flores vermelhas da guaruma, tubos longos das bromélias e folhas mortas que jaziam no chão da floresta e brilhavam sobre os bacuris que jaziam podres na terra, sobre velhos troncos de árvores, cobertos de chapéus de cobra vermelhos e marrons e através de enormes teias de aranha. Bandos de macacos faziam algazarra nos galhos e muitos papagaios e pequenas aves faziam zoada à medida que comiam frutos. Senti-me como num dia de férias.
Passamos a noite na cabana de Pari e comemos o armadilho que eu abatera no dia anterior - carne muito macia - afora algumas bananas que desencavamos de baixo do fogão, onde estavam amadurecendo. Na manhã seguinte, fizemos ligeiro repasto com meu café e a farinha de Pari, retomamos a bagagem e, já estávamos a caminho, quando o sol nasceu.
Chovera muito no último mês; não fazia, porém, ideia da quantidade. Tivemo-la, porém, tão logo atravessamos a roça pertencente a Canindé: embora a três quartos de milha longe do rio, a floresta estava alagada, a água subia a um pé. Era uma visão extraordinária, esse imenso lago que se espalhava sob as árvores. Nele,