"Não, esquente a água. Querem que a criancinha se resfrie?"
Cinco minutos mais tarde, trouxeram-lhe uma caçarola, cheia de água fervendo, até a beira.
"Oh, mulheres, não é assim. Que têm hoje vocês? Agora o sal. Só um pouquinho".
Trouxeram-lhe um prato cheio, do qual tirou uma pitada para misturar à água batismal e outra para pôr na boca do bebê, posteriormente. Começou João o rito, em voz baixa, pôs o sal na boca da criança que berrou tanto que Leudi, esposa de João, o tirou com o dedo. Continuou João, murmurando rapidamente e, finalmente, findou a solenidade, sendo a criança devolvida à mãe. Avançaram os convidados na casa, onde Leudi servia café e bolos.
Antônio-hu a tudo assistiu atônito. Que cerimônia era aquela em que ninguém usava penas, ninguém ficava bêbado, ninguém ouviu realmente o nome do bebê, o qual não foi repetido após o padrinho o proclamar, a fim de mostrar que o conhecia, cerimônia em que ninguém dançou ou cantou?
"É só isso?" - perguntou-me.
Leudi, porém, estava alegre e cumprimentou o marido:
"Exatamente como um padre!"
Antônio-hu percebia a razão da cerimônia de dar nome às crianças e, inquestionavelmente, se lhe fosse explicado, compreenderia o significado da água batismal e do sal purificador; dificilmente, porém, compreenderia as tradições cristãs que tais fatos simbolizam, porque nada há, em sua mitologia, que corresponda a elas. Os missionários encontraram sempre dificuldade em fazer compreender, aos homens primitivos, o significado exato das palavras Deus, Cristo e dos vários santos. frequentemente