Língua brasileira

eles, e dentro das mais rigorosas condições do espírito científico lavram as consequências lógicas.

O que escrevemos destinava-se a um parecer acerca de um projeto legislativo, que mandava dar ao idioma falado no Brasil, à língua nacional, a denominação de língua brasileira.

Dirigíamo-nos a um corpo de natureza política, a uma assembleia constituída da maneira mais heterogênea, com relação a valores intelectuais especializados. E se entre os seus pares havia alguns com largo conhecimento dos problemas da linguística - verdadeiros doutos - a grande maioria, entretanto, não possuía estudos particularizados.

Não era possível, destarte, evitarmos a discussão de assuntos e questões já longamente sabidos por todos os que têm dedicado a sua atividade a esse ramo dos conhecimentos humanos.

Se houvéssemos de escrever um livro, outra seria também a feição destas páginas. As citações não seriam tão estendidas e derramadas. Estariam em resumo, acompanhadas apenas das referências necessárias para a verificação da sua fidelidade. Mas em cousas da natureza de um parecer, é indispensável que o autor justifique a sua opinião, com as dos mais peritos, apresentando-as nos seus próprios termos. É preciso, embora com prejuízo da forma, sobrecarregar a dissertação com estiradas transcrições, de maneira que fique de logo patente não ter havido a menor alteração na urdidura do pensamento exposto. Em observância à chamada lei do contexto, tornamos alongada a explanação das teses discutidas. Mais do que nunca devíamos seguir a lição dos que entendem que em trabalhos desta espécie não podemos pedir que nos acreditem sob palavra.

Tomando em apreço as críticas que nos círculos dos competentes se levantaram, entre nós e na outra banda do Atlântico, contra a ideia de darmos à nossa língua o nome de brasileira, pensamos de bom aviso trazer ao estudo da matéria, o elemento histórico dessa aspiração nacional, que

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