Bandeiras e sertanistas baianos

bandeirantes na civilização do Brasil ninguém desconhece. Devemos-lhes, antes de tudo, a grandeza territorial, obra de seu arrojo inaudito, quebrando a linha de Tordesilhas, fazendo avançar nossas fronteiras, o que lhes bastaria para a consagração da história. Mas, se no devassamento e conquista do território, no "descer" ou "pacificar" indígenas, aprisionando-os, cativando-os, matando-os não há exceder aos paulistas, o sertanista baiano, não nos pesa repetir, foi, no povoamento, o primo inter pares; igual àqueles no descobrimento das minas; superando-os na criação de estabelecimentos pastoris de que vieram povoar o Maranhão, o Piauí e o Ceará até todo o norte mineiro, entestando com os currais dos povoadores vindos de São Paulo.

No recesso dos arquivos dormem, pastos dos bichos, os documentos; somente dos paulistas se há escrito, deixando-se em silêncio a ação dos baianos. Mas, alguma luz vai se fazendo, e estamos certos que não vem longe o dia de justiça completa, irmanando-os no arrojo das investidas e bom êxito das empresas, senão paralelas, correlatas; ora, propícias a uns, ora, a outros, resultando de seus avanços o descobrimento pelos paulistas das minas de Cataguazes, Ouro Preto, Caeté, Sabarabuçu, que dizem da opulência e extensão dos descobertos e lembram os nomes de Lourenço Castanho, Antonio Dias, Padre João de Faria, Carlos Pedroso, Bartholomeu Bueno e o mesmo Manoel