Bandeiras e sertanistas baianos

Seu passado é a servidão de que se libertou ou o libertaram, sem que procurasse adquirir hábitos de trabalho livre, instruir-se, organizar-se.

O sangue que lhe corre nas veias vem de cruzamentos desordenados e multiformes do áfrico, na sua considerável variedade de caracteres morais, com o indígena, o branco e os mestiços deste, mulatos e mamalucos, criando os carijós, cafuzos, curibocas e pardos, mais e mais complicando a heterogênea sociedade de mestiços que há de dar, no seio da propriedade territorial, o tipo a que nos referimos, não mais que a matéria plástica e maleável da ambição e da prepotência.

Nasceu na proteção do senhor que lhe facultou aos pais e a si mesmo a gleba para viver; vive na dependência a que fica adstrito como encarregado da fazenda ou do "curral", tornando-se "seu curraleiro", como o próprio gado, vacum ou cavalar, entregue aos seus cuidados; submetido como um servo, passivo e sem vontade.

Os régulos, os potentados, como os Dias do Prado ou Nunes Vianna, a par dos chefes de clã como Domingos Jorge Velho e Mathias Cardoso de Almeida; os senhores de latifúndios como os Ávilas, a Casa da Torre, e os Britos, a Casa da Ponte, que, por não poderem colonizar as extensões enormes de que se apossam, retalham-nas em foros, tornando-se seus foreiros outros tantos magnatas, como os modestos sesmeiros "fazedores de fazendas"; mais ainda, os senhores de "jus e domínio"