Brancos e pretos na Bahia. Estudo de contato racial

do mundo e o consequente aumento, sempre constante e em grau acelerado, do contato de raças e nacionalidades, de tal sorte que o "problema racial" se torna um dos principais problemas dos nossos dias. Em abono desta afirmação, basta lembrar os casos atuais do judeu na Europa e alhures, do negro nos Estados Unidos; os movimentos de nacionalismo na Índia, no Oriente Próximo e em outros países maometanos (cujos povos são cada vez mais atraídos pelo ideal pan-arábico), na União Sul-Africana, e mesmo na Costa Oeste da África; o movimento pan-eslávico; os amargos ódios entre diversos povos europeus, ódios intensificados pelas experiências da fome, moléstia, destruição da propriedade, lutas internas, perdas assombrosas nas batalhas e outras consequências das várias guerras do passado e do presente; e as crescentes desinteligências entre certos países americanos.

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Manifesto, pois, o meu apreço à Bahia, publicando este estudo de contato racial, tentativa para analisar com fidelidade a "situação racial" baiana.

Que me seja permitido salientar aqui dois fatos sobre esta pesquisa: em primeiro lugar, refere-se tal estudo apenas à Bahia e, portanto, a análise nele contida não deve ser facilmente generalizada para todo o Brasil. Embora seja provável que, em suas linhas gerais, a análise se aplique a outras regiões do país, não pode o cientista confiar em qualquer generalização antecipada ou baseada apenas em observações ligeiras ou simples relatos. As generalizações científicas exigem longas e acuradas pesquisas in loco. Não bastam afirmações feitas por "turistas de avião", jornalistas apressados, ou outros "sociólogos leigos". Somente os estudos penetrantes, feitos por pessoas treinadas no próprio campo de sua especialização e

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