Brancos e pretos na Bahia. Estudo de contato racial

tratamento e a raça, e mesmo entre ela e a cor, não é direta e sim indireta; que a desigualdade de tratamento não se baseia preponderantemente na raça, nem na cor, e sim na classe, atingindo na maioria dos casos, como seria de esperar-se, indivíduos de cor, devido ao fato de ter a porção mais escura da população ficado durante séculos sujeita a um status inferior e assim lhe ter sido associado nos espíritos das demais pessoas, o estigma de baixo status. Fato significativo é que indivíduos de cor possam vencer, e realmente vençam, esse obstáculo, contrabalançando tal desvantagem com outras características pessoais.

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Alguns capítulos deste livro já apareceram em revistas brasileiras. Foram, porém, completamente refundidos para esta edição. Quero agradecer a gentileza dos diretores do Observador Economico e da Revista do Arquivo Municipal de São Paulo por me concederem a devida permissão de os publicar aqui. Na verificação do manuscrito e das provas, no preparo dos índices e nas indispensáveis tarefas datilográficas muito devo a minha esposa, Helen Batchelor Pierson. E, finalmente, pelo auxílio prestado na empreitada, tão árdua de apresentar ideias, com a devida precisão, numa língua diferente da adquirida na infância, desejo também deixar consignados os melhores agradecimentos aos meus colegas, Sergio Milliet e Emilio Willems, e aos meus alunos, especialmente a Lavinia Villela, Oracy Nogueira, Flavio M. Nobre de Campos, Cecilia Maria Sanioto, Maria Kerbeg, Darcy Ribeiro, e Dulce Schreiner que também contribuíram para este fim.

São Paulo, março de 1944.

DONALD PIERSON

Brancos e pretos na Bahia. Estudo de contato racial - Página 36 - Thumb Visualização
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