Sua finalidade é dar pelo menos uma resposta preliminar à pergunta: Que se passou com os africanos importados em tão grande número para esta parte do Novo Mundo?
Em 1934, quando eu era Fellow em Sociologia, na Universidade de Chicago, um dos meus Professores, o Dr. Herbert Blumer, chamou minha atenção para as possibilidades que o Brasil apresentava como local de estudos de contato racial e cultural. Posteriormente, os Drs. Robert Redfield, Louis Wirth e Ellsworth Faris encorajaram-me a considerar seriamente estas possibilidades. Mais tarde, à medida que percorria a bibliografia disponível em várias línguas, interessei-me cada vez mais pelo Brasil, especialmente como local para investigar, de maneira íntima e minuciosa, o que parecia ser uma "situação racial" bastante diferente da "situação racial" da Índia, por exemplo, onde a ordem social está baseada em casta, ou da dos Estados Unidos - onde o negro está agora passando de um status de casta para o de "minoria racial", semelhante ao do judeu na Europa e em outros pontos do mundo - para constituir (talvez com a havaiana e algumas outras "situações raciais" semelhantes) um tipo distinto. Aproximadamente ao mesmo tempo, o Dr. Robert E. Park voltava de uma longa viagem pelo mundo, durante a qual tinha observado in loco alguns dos mais importantes centros de contato racial e cultural, inclusive o Brasil (pelo qual durante algum tempo ele também se interessara).
O resultado destes interesses convergentes foi um período de dois anos de "trabalho de campo" no Brasil (de 1935 a 1937), como "Assistente de Pesquisas" do Social Science Research Committee da Universidade de Chicago. A este Committee, bem como à Rosenwald Fund, muito devo pelo auxílio financeiro proporcionado a este estudo.