Brancos e pretos na Bahia. Estudo de contato racial

"Sábado e Segunda-feira do Bonfim", "São João", o Carnaval e a "Micareta"; de reuniões, como por exemplo, uma em honra de Castro Alves, outra em que se celebrava o Dia da Emancipação (13 de maio), outra em homenagem a Carlos Gomes e outras da Associação Comercial, Ordem dos Advogados, Rotary, Instituto Geográfico e Histórico, Segundo Congresso Afro-Brasileiro, etc.; de concertos musicais, acontecimentos esportivos, solenidades de abertura e encerramento de aulas; da cerimônia de inauguração do recém-construído Instituto de Cacau (a que esteve presente o Presidente da República); duma recepção ao governador de Pernambuco; das reuniões de clubes da elite, etc.

Coligi alguns "documentos pessoais", inclusive uma autobiografia, de um preto que era provavelmente o mais importante cidadão de cor da Bahia; do babalaô, já mencionado, e de uma filha de santo do culto afro-brasileiro. Obtive e estudei cuidadosamente cerca de sessenta cartas dirigidas ou escritas por negros baianos. Consegui vários "documentos formais" inclusive os escritos por quarenta estudantes da Escola Normal, sob o título "O preto e o mulato na Bahia", um escrito por um alfaiate negro sobre "O Negro na Bahia"; os escritos por um engenheiro preto, e um sargento de polícia mulato, sobre "Os costumes dos Africanos na Bahia"; um escrito por um membro do culto afro-brasileiro sobre "A religião dos negros na Bahia", e uma descrição dos "Mistérios de Xangô", por outro membro do culto.

Além disso, coligi dados sobre a relação do casamento inter-racial com os níveis ocupacionais e econômicos na cidade da Bahia e, para fins de comparação, numa vila do interior. Coligi também epítetos e outros termos que as diferentes classes e grupos raciais usavam quando falavam uns dos outros; provérbios e ditos populares, que refletem sentimentos raciais; palavras africanas ainda

Brancos e pretos na Bahia. Estudo de contato racial - Página 454 - Thumb Visualização
Formato
Texto