A pesquisa de semelhantes filárias, no seu estádio último de evolução, não é fácil. Por isto, ao invés de pesquisarmo-la diretamente, vamos procurar saber de sua presença pela existência das microfilárias no sangue periférico.
Pesquisemo-la, pois, com o maior cuidado e repetidas vezes, antes de darmos uma opinião definitiva sobre a sua presença ou não no organismo.
Certo é que a ausência de microfilárias no sangue periférico, nos casos de elefantíases ou "erisipela branca", como é denominada também, vulgarmente, entre nós, não significa que não sejam elas as responsáveis pelos distúrbios observados, pois que estes distúrbios, em verdade, não são propriamente a doença; antes, uma consequência dela, da filariose.
"Não existem filárias embrionárias no sangue periférico", será uma expressão exata se se acrescentar — "no momento em que já estiver instalada a maldita" —, expressão pitoresca criada pelo povo, temente dos seus ataques, para denominar a doença no seu último estádio; na exteriorização de uma das suas mais crônicas consequências.
Porque antecedendo a este período de cruéis deformações da pele, milhões de microfilárias circularam horas inteiras, múltiplos dias, nos vasos sanguíneos e linfáticos.