Fiz a minha correspondência para o Rio, a qual deixei na mão do presidente, li os jornais da cidade, que nenhuma notícia me deram (pois nenhum é diário), bebi uma taça de champanhe para fazer honra ao refresco improvisado pelo presidente e voltei para bordo cerca das 8 horas e meia. Estava a noite admiravelmente serena.
Disseram-me a bordo que acabava de chegar do Rio da Prata o vapor Imperatriz, e trouxeram-me a Tribuna e o Siglo, jornais de Montevidéu de 30 de julho. Nada encontrei nestas folhas que se referisse ao teatro da guerra, a não ser a notícia da grande revista que o presidente da República Argentina, generalíssimo, passara no dia 24, perto da Concórdia (província de Entre Rios), ao exército aliado: encarecimentos à castelhana sobre "la bizarria de los jefes, las lucidisimas descargas de la Guarda Nacional, etc., etc.
4. — Saímos do porto do Desterro pouco depois da meia noite. O dia foi esplêndido, como um belo dia de inverno no Sul da Europa. Até cerca de uma hora da tarde foi o horizonte limitado à direita pela linha uniforme das montanhas da província de Santa Catarina; depois, como na província do Rio Grande do Sul a costa é muito baixa, passamos a não ver senão o céu azul e o mar igualmente azul e sereno.
Foi a monotonia do dia agradavelmente cortada, cerca das 2 horas, pelo encontro do vapor Brasil que vinha de Porto Alegre. Manobramos para mutuamente nos aproximarmos; os comandantes puderam falar pelo porta-voz, e desse modo soubemos que o imperador tinha saído de Porto Alegre para o interior no dia 28, e que do teatro da guerra continuava a não haver notícias.