BOULOGNE-SUR-SEINE, 24 de Outubro de 1916
Sr. Max Fleiuss
Tive o prazer de receber sua carta de 12 do próximo passado mês, relativa à indicação apresentada pelo Sr. professor Basilio de Magalhães ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e prontamente aceita por este, propondo que o Instituto tome perante os poderes públicos a iniciativa de pedir sejam trasladados à Pátria os restos do saudoso Imperador D. Pedro II e de sua virtuosa consorte.
Antes de sua prezada carta chegava-me às mãos o ofício que, em nome do Instituto, me dirigiu o digno Presidente Perpétuo, Conde de Affonso Celso, participando a mesma deliberação da ilustre associação. Respondi-lhe comunicando a anuência da Princesa, com a condição, porém, de deverem os preciosos restos repousar em lugar sagrado; enviei o ofício aos cuidados da Senhora Baronesa de Loreto.
Aproveito a presente oportunidade para enviar-lhe cópia da resposta que dei ao Sr. Alberto Rodrigues, de Pelotas, relativamente a fatos, a meu ver imaginários, que o Sr. Silvano Godoy na sua obra "Morte do Marechal Lopez" infundadamente alegou terem-se dado, logo após a tomada de Peribebuy.
Sinto nunca ter recebido essa obra de Godoy, pois talvez encontrasse nela outros pontos a retificar.
Também não tenho recebido a Revista do Instituto. Estimaria muito que me fizesse chegar às mãos o volume que contém seu trabalho sobre "O Imperador e Conselheiro Saraiva; e bem assim aquele em que vem a correspondência do Barão Mareschall, ministro da Áustria no Rio de Janeiro, no tempo de D. Pedro I, coligida pelo Dr. Figueira de Mello.
Receba Sr. Fleiuss, muitas lembranças afetuosas. — Gastão de Orléans.
Estimarei que minha resposta ao Sr. Alberto Rodrigues tenha toda a publicidade.
Muito interessante quanto se passou na sessão do Instituto Histórico, de 26 de Agosto de 1916. Vale a transcrição: