Viagem Militar ao Rio Grande do Sul

Posta em votação, a indicação é aprovada, contra os votos dos Srs. Erico Coelho, Gomes Pereira e Radler de Aquino.

ANEXO

CHATEAU D'EU, Seine Inféricure - 7 de Outubro de 1916.

Ilmo. Sr. Alberto Rodriguez, Pelotas. — Agradeço-lhe vivamente ter-se lembrado de escrever-me pedindo que retificasse as alegações contidas no trecho, que enviou por cópia, duma obra dum Sr. Silvano Godoy relativa a incidentes que este autor alega terem-se dado logo após a tomada de assalto da Praça de Peribebuy a 12 de Agosto de 1864.

Posso informar-lhe que, segundo minhas recordações, são inteiramente imaginários os incidentes aí narrados, não só o do incêndio de um hospital abrigando feridos e doentes, como o da pretensa morte do Comandante Caballero que o autor da narrativa menciona como tendo sido chefe dessa praça de guerra.

Nenhum militar brasileiro seria capaz de matar a sangue frio a um prisioneiro de guerra, nem eu toleraria semelhante ato se chegasse a meu conhecimento; eram, pelo contrário, os paraguaios, que caíam em nossas mãos, sempre tratados com muita consideração e por via de regra postos em liberdade pouco depois, pois nenhum desejo mostravam de procurar reunir-se às forças do Ditador Lopez onde só encontrarão a continuação de sofrimentos de toda ordem por eles já experimentados e a prolongação de uma luta estéril.

Rogo-lhe dê toda a publicidade possível às presentes linhas e creia que lhe sou grato por ter-me proporcionado esta ocasião de desagravar o brilhante renome do Exército Brasileiro que me coube a fortuna de comandar.

Queira receber expressões de cordial estima. — Gastão de Orléans, Conde d'Eu.

Sinto não possuir a obra do Sr. Godoy, pois nela encontraria talvez outros pontos a retificar.

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