Viagem Militar ao Rio Grande do Sul

Para que se avalie da importância desse arquivo, basta transcrever as seguintes notas de próprio punho da princesa Isabel, redigidas a bordo do Alagoas, e mandadas copiar, a nosso pedido, no Castelo d'Eu, pelo ilustre Sr. Caio de Mello Franco:

15 DE NOVEMBRO DE 1889

— "Papai mandou pelo Miranda Reis chamar o Ouro Preto que declarou de maneira alguma poder continuar com o Ministério, dando ainda como razão alguma deslealdade da parte de colegas.

Por volta de seis horas chegaram Amandinha e o Doria, Pedro Augusto, a Baronesa de Suruhy e outras pessoas.

O Miranda Reis, Olegario, Silva Costa e Penha tinham passado todo o dia acompanhando o Imperador. Estiveram também o Conde e a Condessa de Carapebus, Condessa de Baependy, d. Maria Candida, Pandiá, Senhora, Marianinha e Eugeninha e talvez outras pessoas de que não me lembro.

À noite compareceram o Taunay, Thomaz Coelho, Soares Brandão e os Conselheiros d'Estado, à exceção de Sinimbu, Nunes Gonçalves e do Correia, Bom Conselho e Olegario que retiraram-se antes da sessão.

Soube-se que o Ouro Preto havia indicado a Papai o Silveira Martins para compor o Ministério. Mas este ainda devia chegar do Rio Grande, e demais era inimigo figadal de Deodoro. Reunidos os Conselheiros d'Estado, deram como opinião a nomeação urgente para Presidente do Conselho de alguém que estivesse imediatamente à mão e não fosse inimigo do Deodoro e com ele pudesse se entender. Papai mandou chamar o Saraiva que tendo já vindo, se achava novamente em Santa Thereza. O Paranaguá para lá parte imediatamente e não achando condução, sobe a pé. Chega o Saraiva, aceita e segundo o alvitre do Andrade Figueira, manda um emissário (Trompowski, genro do Andrade Figueira) entender-se com o Deodoro para ver se o traz a bom caminho. Leva uma carta cujos termos do conteúdo ignoro. Às duas horas da manhã Trompowski volta declarando que não havia meio de nada arranjar e que o Deodoro

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