Viagem Militar ao Rio Grande do Sul

e não sem fundamento, me parece dominar as autoridades e os habitantes da cidade. Temem que, se os paraguaios entrarem, como é muito para recear, na parte oeste do Estado Oriental, se dê uma sublevação geral dos "blancos", e que nesse caso os orientais, transpondo a fronteira do Chuí, venham atacar esta cidade. Foi com a mesma ideia que se armou a Guarda Nacional a cavalo de todas as povoações que se estendem daqui até ao Chuí e das que ficam próximas ao Jaguarão.

Trabalham atualmente nesta trincheira 120 operários sob as ordens de um major de engenharia. Logo ao pé fica o quartel da Guarda Nacional, no qual também está instalado o hospital militar. Tem umas poucas de salas, espaçosas e bem ventiladas, e parece, em suma, estar funcionando perfeitamente. Que pena não se poder trazer para aqui metade dos infelizes que estão acumulados no Desterro! Há agora neste hospital 49 doentes, pertencentes a corpos que marcharam para o interior; nove estão atacados de varíola. Há três médicos no estabelecimento.

De volta, vi num largo um magote de homens em trajo civil, quase todos de mais de cinquenta anos, que pareciam ter vindo submeter-se a uma inspeção. Dizem-me que são os indivíduos da Guarda Nacional isentos do serviço por motivo de saúde, que começam voluntariamente a organizar-se para fazer o serviço da cidade no caso de dever a Guarda Nacional ativa marchar para outra parte.

O jantar do Sr. Eufrásio fez-se esperar, mas resgatou a demora com o esplendor: grande mesa luxuosamente posta; cozinha francesa delicada e abundante. Somente tomaram

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