brasileira que a presente pesquisa se esforçou para explorar. A esse respeito, nosso estudo vem preencher uma lacuna. Ainda que seja necessário aprofundar essa problemática, a presente pesquisa pôde mostrar as ambições dos dirigentes integralistas e em particular de Plínio Salgado. A diplomacia paralela praticada pelo Eixo no Brasil e a acolhida que lhe foi reservada pela AIB, mesmo depois dos atos de guerra do Eixo contra a marinha civil brasileira, devem representar apenas um ponto de partida para pesquisas posteriores, quando os arquivos da AIB estiverem abertos e acessíveis, o que desejamos ver realizar-se um dia - mas, é verdade, com poucas esperanças.
Os conhecimentos históricos atuais são suficientes, no entanto, para permitir explicar a contradição aparente, sem dúvida a mais surpreendente, da política interna de Vargas: a eliminação dos simpatizantes fascistas em um estado corporativista. O paradoxo desaparece quando se leva em conta o fato de que o poder varguista é antes de tudo nacionalista, pois ele está consciente dos perigos que podem representar colônias estrangeiras mal integradas em um imenso país e da necessidade de fortalecer prioritariamente a unidade nacional.
Consideremos agora mais precisamente os caminhos possíveis à diplomacia brasileira.
A primeira observação é que se a guerra é uma questão do Eixo e dos Estados Unidos, a prioridade brasileira encontra-se em outro ponto. A política externa do Rio de Janeiro se caracteriza - até fins de 1937 - pela improvisação e ausência de linha de conduta. É verdade que o país desempenha um papel importante no movimento pan-americano. Contudo, este é um dos aspectos menores das relações internacionais durante esse período. Diante dos grandes problemas, como a situação das colônias estrangeiras estabelecidas no solo nacional, a divisão econômica, política e ideológica cada vez mais acentuada entre ditaduras e democracias, os responsáveis políticos brasileiros dão mostras de indiferença. É preciso esperar o início de 1938 para que, sob a pressão das autoridades locais dos três estados do sul, os responsáveis federais venham finalmente a tomar as medidas nacionalistas necessárias e ponham um termo às atitudes antibrasileiras.
A divisão cada vez mais delineada na cena internacional entre ditadura e democracia não poupa o Brasil, que recebe o choque de rivalidades com uma profunda divisão dentro do governo, do estado, das Forças Armadas e mesmo da opinião pública.
Um único ponto obtém a unanimidade: a necessidade de fortalecer a independência econômica e militar do país. E se as diversas tendências parecem se defrontar por tão longo tempo dentro do governo brasileiro, isto se deve precisamente a que tanto de um lado como de outro, por razões diversas, demora a se manifestar um sustentáculo eficaz e real para essa tarefa.
Vejamos agora a atitude dos principais parceiros do Brasil. A Alemanha hitlerista teve em relação ao Brasil uma política externa