Brasil. Pouco tempo antes do casamento, duas fragatas austríacas, a "Áustria" e a "Augusta", partiram para o Rio. Iam a bordo os móveis e decorações para a Embaixada da Áustria recém-instalada no Rio(*) Nota do Tradutor, todo o equipamento para uma expedição científica ao interior do Brasil e numerosas amostras de produtos comerciais austríacos para serem exibidas no Brasil(12) Nota do Autor. O embaixador recentemente nomeado para o Brasil, conde de Eltz, acompanhava a noiva que devia partir de Livorno.
Metternich dirigiu em pessoa as cerimônias da despedida. Seguindo os exemplos de pompa dados por Marialva, o cortejo matrimonial deixou Viena com esplendor a três de junho. Em uma quinzena tinham atingido Florença. Aqui houve falha porque a escolta oficial portuguesa, que deveria acompanhar a arquiduquesa, tinha sido empregada em abafar a revolução irrompida em Pernambuco. Metternich estabeleceu uma corte para a arquiduquesa perto de Florença, em Poggio Imperiale, enquanto aguardava a chegada da escolta e o transporte para o Brasil(13) Nota do Autor. A arquiduquesa ficou profundamente desapontada com este atraso, e foi preciso trazer de Parma sua irmã favorita [Maria Luisa, viúva de Napoleão], para consolá-la. Em carta ao pai, a arquiduquesa mostrou abertamente seu desprazer:
"V. ficará certamente triste por lhe dizer eu que sou diariamente informada de que a esquadra portuguesa está a chegar e, todos os dias, verificar que é notícia falsa. O correio que trará a notícia de que a esquadra partiu de Lisboa ainda não chegou. Parece-me incrível que tenhamos sido impelidos a andar depressa em Viena porque a esquadra estava à nossa espera... e estejamos agora isolados de tudo que me é caro... Estou sem entender. O conde de Metternich está ainda comigo e sustenta que certamente eu tenho um bom futuro em vista... Meu tio [Ferdinando III, grão-duque de Toscana] e minha irmã me consolam, mas não há consolo quando penso que poderia ter ficado junto de v. todo esse tempo".(14) Nota do Autor