As negociações foram mais uma vez suspensas, já que só podiam ser conduzidas por um diplomata traquejado bastante conhecedor da situação.
O sucessor de Daiser, conde de Rechberg, dedicou somente tempo limitado aos negócios de ordem comercial, mas quando o tratado entre o Brasil e a Inglaterra expirou, a necessidade de um tratado formal austro-brasileiro tornou-se urgente. O Brasil começou a tratar os súditos da monarquia austríaca menos favoravelmente. Em dada ocasião o conde de Rechberg apelou enfaticamente para as declarações trocadas pelos dois países em 1836. Respondeu à nota o barão de Cairu, secretário-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Brasil:(*) Nota do Tradutor
"A razão pela qual a Áustria foi tratada como nação mais privilegiada até a expiração do tratado comercial com a Inglaterra não resultou de acordos formais, mas da política anterior do Brasil: isto é, tratar todas as potências estrangeiras igualmente. Os acordos administrativos não tinham valor prático devido à sua própria natureza informal. Foram trocados somente para confirmar perante a Corte de Viena a atitude favorável da Corte do Brasil"(39) Nota do Autor.
Era esta interpretação naturalmente muito desagradável à Áustria, que desejava, por todos os modos possíveis, manter o seu status de nação privilegiada. Isto poderia ser conseguido seja pela retomada das negociações do tratado com o representante do Brasil em Viena, [Heixeira de] Macedo, seja pela direta intervenção do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Brasil no Rio, onde se apresentaria um protesto contra a interpretação brasileira das declarações dos ministérios em 1836.
Considerando a atitude assumida pelo Ministério Brasileiro e o Senado em relação aos tratados com as potências estrangeiras, a Áustria não podia esperar que um novo tratado pudesse ser aceito. Manter o status de 1836, portanto, era mais importante até que as negociações para a elaboração do novo tratado pudessem ser retomadas. Era preciso negociar no Rio.
A opinião predominante do gabinete do Rio de Janeiro era diretamente contrária à conclusão de qualquer novo tratado e, de fato, o ministro brasileiro de Negócios Estrangeiros, Holanda Cavalcanti, procurou isolar o Brasil de qualquer