As relações entre a Áustria e o Brasil; 1815-1889

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Conclusão

Este estudo das relações entre a Áustria e o Brasil de 1822 a 1889 leva a certas conclusões principais. A razão pela qual as duas nações não atingiram um grau bastante elevado de intercâmbio talvez se encontre na posição geográfica dos dois impérios. Não poderiam ser aliados naturais em face da enorme distância que os separava. Este obstáculo tornava-se particularmente grave pelo fato de nenhum dos dois países dispor de marinha mercante considerável. Outro fator importante que contribuiu para o malogro da realização de relações proveitosas entre os dois países era a diferença ideológica, apesar de adotarem ambos a forma monárquica.

A Áustria era uma velha monarquia com tradições conservadoras. O Brasil era um jovem Império, de origem colonial, nascido de uma revolução, demasiadamente liberal e democrática para o governo reacionário da Áustria. Metternich, por exemplo, nunca foi a favor da declaração da independência em relação a Portugal, e reclamava constantemente a eliminação dos elementos revolucionários no Brasil. Esta diferença ideológica tornou-se mais aguda pela tendência dos funcionários austríacos em olhar com desprezo para o nível cultural demonstrado pelos brasileiros.

O Brasil surgia como um Estado independente entre as potências num momento em que a Áustria era uma das nações líderes do mundo e Metternich, seu chanceler, o estadista mais notável da Europa. Empenharam-se os funcionários austríacos em recolher as provas de que a corte brasileira era uma instituição selvagem comparada ao alto nível de cultura revelado pela Família Imperial Austríaca. Os diplomatas austríacos eram meticulosos, reservados e profundamente enfronhados das regras diplomáticas e costumes. Eram diplomatas de carreira, cônscios da importância da Áustria nos negócios internacionais e animados pelo governo a difundir a influência

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