em nossas pesquisas, que se voltarão as possibilidades oferecidas pela Carreira da Índia.(92) Nota do Autor
Complementando o complexo que o sistema de transporte representado pela Carreira documentava figura ainda em relação ao Salvador razoável tráfico com o continente africano, feito pelos navios do Oriente e portanto com interesses econômicos já um pouco diferentes. Como as relações econômicas com o Oriente constituem apenas um tópico do nosso programa de estudos, vamos destinar-lhes apenas ligeiras considerações, reservando para futura oportunidade uma análise mais acurada de ambos os mercados e da circulação de riquezas que a Carreira promoveu.
O tabaco produzido na Bahia encontrou no Oriente um mercado consumidor certo, principalmente no século XVIII. Para Goa, seu maior porto importador de tabaco, de onde o produto era distribuído, destinava-se justamente a mercadoria de melhor qualidade. De forma semelhante se procedia, aliás, com a Metrópole, onde os portos de Lisboa e Porto eram os grandes recebedores. E ainda o mesmo apuro na qualidade exigia-se nas exportações para o Rio de Janeiro, de onde se reexportava para o sul do continente.
Nesse sentido, tendo em vista particularmente os interesses do mercado oriental, as autoridades proibiam terminantemente fossem feitas remessas de tabaco velho e seco, recomendando outrossim o envio sempre de folhas novas, pertencentes à safra do ano em curso. A Mesa da Inspeção da Bahia é que procedia o exame e seleção do produto. Essa Mesa era um órgão colegiado, cujos membros denominavam-se deputados e tinham um presidente. Era de sua imcumbência a inspeção da produção do tabaco e do açúcar, sendo que uma Ordem Régia de 25 de outubro de 1708 estendeu essa competência também sobre o algodão.(93) Nota do Autor
Às cautelas para que o tabaco de melhor qualidade enviado ao Oriente não fosse falsificado, respondiam os produtores baianos sempre com escusos expedientes, facilitados pelo fato de ser muito superficial o exame que se fazia nos fardos antes