A Bahia e a carreira da Índia

Fazenda Real com o despacho do tabaco, pois também foi necessário aumentar o número de escravos para tal.

O novo processo de exame foi consagrado como o mais eficiente e, anos mais tarde, ou mais precisamente em 1790, a Mesa de Inspeção continuava a louvá-lo.(96) Nota do Autor

Em 1788 o tabaco exportado para a Índia alcançou os seguintes preços:

Primeira folha aberta (o tabaco de folha aberta que se conseguiu fabricar na Bahia era o de melhor qualidade) - 1$300 réis a arroba

Primeira folha fechada - 1$200 réis a arroba

Segunda folha - 1$100 réis a arroba

O governo colonial procurou estimular a exportação do tabaco de folha aberta, de superior qualidade e maior aceitação no Oriente, levando até os lavradores a se desinteressarem do tabaco em corda.(97) Nota do Autor

O tabaco chamado de "primeira folha" é o da primeira colheita, retirada a folha do tronco primitivo da planta. O de "segunda folha" é da segunda colheita, quando a folha é retirada do "tronco da soca".(98) Nota do Autor

Em 1789 a Fazenda Real pagara na Bahia o tabaco de primeira qualidade a 1$400 a arroba pelo de primeira folha. Como naquela altura não havia lei que regulasse o preço deste gênero, a Fazenda Real teve o seu interesse por um preço mais baixo contra-argumentado pela autoridade colonial que defendia a qualidade do produto e o trabalho dos lavradores para chegarem a ela, conseguindo o tabaco de "folha aberta".(99) Nota do Autor

Pouco conseguimos a respeito da colocação do tabaco brasileiro nos mercados orientais. Em todo o caso, no que diz respeito à China, segundo um memorialista do século XVIII, ela representava em potencial um mercado consumidor de grandes possibilidades, particularmente para o tabaco em pó. Isso porque tinham predileção pelo tabaco assim preparado não só por prazer, como por necessidade, pois segundo o nosso autor, milhares de famílias chinesas que moravam em barcos sofriam de diferentes moléstias nos olhos, para as quais tinham testado como excelente remédio o uso desse produto.(100) Nota do Autor

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