Nesse sentido, para eliminar as limitações, o mais aconselhável, pelo que se deduz, seria uma política mais atraente de preços, bem como o acesso dos navios portugueses aos portos chineses, o maior apuro na qualidade do produto, a colocação mediante livre concorrência entre os atacadistas chineses e a maior e mais inteligente difusão do uso do tabaco entre aquela população, mediante propaganda que incluísse bilhetes com estampas do produto anunciando suas qualidades, maneira de preparo e uso, etc., como nos lembram os documentos da época.
Essa orientação permitiria a Portugal fazer frente à competição inglesa na colocação do mesmo produto, pois os ingleses estavam em situação mais favorável sobretudo graças à proteção dos mandarins locais, nem sempre em boas relações com os portugueses, que oprimiam prejudicando assim a concorrência que os lusitanos podiam fazer às outras nações interessadas no comércio com a China. Para esta última situação contribuía bastante a falta de bons administradores portugueses em Macau e de um embaixador eficiente na corte chinesa.
Chegou-se mesmo a alvitrar, principalmente para resolver os problemas que a presença comercial inglesa oferecia, um contato direto de embaixadores portugueses com o Imperador da China ou até a indicação do Bispo de Pequim como uma espécie de ministro português junto à corte chinesa, podendo assim resolver na cúpula os problemas que dificultavam a ação comercial portuguesa.
Visando a uma colocação mais extensa, e mais eficiente, do tabaco brasileiro no Oriente, particularmente na China, um grupo de negociantes baianos congraçou-se dentro de um plano em que se comprometiam atender certas cotas de tabaco, de determinadas qualidades, a preços ajustados, desde que lhes fossem concedidas várias graças como:
I- Que eles, seus oficiais, agentes, caixeiros, marinheiros e servidores gozassem de todos os privilégios do tabaco além do que os seus navios e embarcações aplicados nesse comércio fossem tratados em todos os portos em que ancorassem como se fossem naus de viagem da Índia.
II- Todo o tabaco em folha ou rolo negociado por eles deveria ser livre dos exames da Mesa de Arrecadação da Bahia, pois assim levariam também o tabaco em pó de todas as qualidades, aproveitando justamente para isso o tabaco que a Mesa costumava reprovar.(103) Nota do Autor
Os documentos que nos informaram a respeito dessa proposta dos negociantes baianos, ocorrida nos finais do século XVIII, não nos dizem se ela foi aceita ou não. Se foi, naturalmente