uma história dos seus feitos, porém também um retrato nas diversas épocas - da sua figura física e espiritual. Algumas insistências e repetições são por isso intencionais: buscam um efeito de caracterização.
Como era natural, o arquivo de que mais me utilizei nesta obra de biografia e crítica histórica, foi o do Itamarati; e a respeito das cartas e documentos de Rio-Branco citados com essa fonte - deve-se entender que são minutas ou cópias feitas por ele próprio. Outros arquivos, porém, foram consultados; e recolhidos por mim, em conversa, os depoimentos de algumas pessoas contemporâneas de Rio-Branco ou que tinham informações recebidas de outras já mortas, procurando-se todos os meios capazes de informação e esclarecimento. Os depoimentos pessoais neste caso devem merecer toda confiança, não só pela idoneidade e conceito dos nomes citados, mas porque se ajustam à documentação. O título "Cadernos de Notas" foi escolhido por mim próprio a fim de indicar os Cadernos, sem título, em que Rio-Branco escrevia anotações diversas, todas elas, aliás, sem o abandono e a forma de confissão que caracterizam os Diários. Outro esclarecimento: os nomes Rio-Branco e Paranhos foram empregados indiferentemente para o pai e para o filho, como o faziam, naturalmente, os contemporâneos, mas o leitor logo distinguirá com facilidade quando se trata de um ou de outro.
Devo iniciar os meus agradecimentos pelo Itamarati, onde fui sempre recebido de modo amável e generoso por todos aqueles com quem tratei nesses três anos de convivência. Agradeço ao Sr. Oswaldo Aranha, Ministro de Estado, e aos Embaixadores Maurício Nabuco e Leão Veloso a simpatia com que prestigiaram o meu trabalho; ao Sr. Luís Camilo de Oliveira Neto, o apoio e a confiança com que abriu às minhas pesquisas e estudos o Arquivo e a Biblioteca, agradecimento extensivo ao primeiro secretário Jorge Latour, nos últimos meses; ao cônsul Murilo Basto, da Mapoteca, que pôs à minha disposição os retratos para as ilustrações destes volumes; ao secretário Paschoal Carlos Magno, por intermédio de quem obteve o autor o depoimento de Mr. Howard, antigo funcionário do consulado do Brasil em Liverpool; ao Sr. Alarico Silveira Júnior, as cópias em datilografia de vários documentos; aos cônsules Aluísio Napoleão e Jorge Taunay, do Arquivo Histórico; às funcionárias do Arquivo e da Biblioteca, que