De resto, era tímido e reservado, e a sua fase posterior de mais alegria e exuberância não representou senão uma etapa de mocidade, não alterou de modo nenhum o feitio real da sua natureza.
A iniciação no estudo das línguas - a portuguesa, a francesa, a inglesa - fê-la com o Visconde, que lhe acompanhava os estudos no colégio. Predileção nenhuma lhe veio tão cedo quanto a dos estudos de História. Menino, colegial, depois estudante de Direito, a sua vocação foi sempre para o estudo daquela matéria que seria a sua especialidade: a História, e, como consequência e extensão da História, a Geografia.
Para a educação social lá estava o salão da Viscondessa do Rio-Branco. Os salões do Império não tiveram, está claro, a mesma influência que os salões franceses; as suas damas não chegaram a centralizar movimentos literários nem foram ao ponto de contribuir para a criação de acontecimentos ou personalidades políticas. A nossa formação patriarcal faria que a literatura e a política fossem aqui acentuadamente masculinas. Mas os nossos salões influíram na vida política pelo ambiente de cortesia, sociabilidade, espírito, boas maneiras, que neles se criava(12). Nota do Autor Um Cotegipe, com o seu humor, brilhava ao mesmo tempo no Parlamento e nos saraus de São Clemente ou de Senador Vergueiro. Dos salões se ocuparam nos jornais - Machado de Assis, José de Alencar, Otaviano, Paranhos, o que mostra que eles impressionaram os espíritos.
No salão da Viscondessa do Rio-Branco(13) Nota do Autor Juca Paranhos adquiriu o gosto da elegância, a polidez, as boas maneiras, o encanto da conversa, a graça diante das senhoras, toda uma formação mundana e social que mais tarde, no Itamarati, faria dele como que uma figura ressurgida do Império no meio dos costumes mais populares e democráticos da República. Desde menino, Juca Paranhos pôde ver de perto os