Rio Branco (o Barão do Rio Branco). Biografia pessoal e história política

Negou-lhe Rui aprovação e apoio na famosa carta do dia 19 de maio, dirigida aos senadores Francisco Glicério e Antonio Azeredo - um grande documento que ficaria marcado como o ponto de partida da campanha civilista(712). Nota do Autor Aí lançava, ao lado do elogio pessoal do marechal Hermes, a condenação política da sua candidatura. E a ela opunha, mais uma vez, o nome do Barão do Rio-Branco. Depois de citar os diversos candidatos possíveis como representantes dos Estados:

"Pois Mato Grosso não tem o Sr. Joaquim Murtinho? O Rio Grande do Sul, o Sr. Pinheiro Machado, o Sr. Borges de Medeiros, o Sr. Carlos Barbosa? Santa Catarina, o Sr. Lauro Müller? São Paulo, o Sr. Rodrigues Alves, o Sr. Campos Sales, o Sr. Bernardino de Campos, o Sr. Francisco Glicério, o Sr. Albuquerque Lins e o Sr. Antonio Prado?

E assim por diante, em vários Estados, perguntava no fim:

"O Brasil, o Barão do Rio-Branco?"

Caracterizava em seguida a figura do seu candidato:

"Este nome apresentei-o eu, ultimamente, como a solução nacional. E era. Um nome universal; uma reputação imaculada; uma glória brasileira; serviços incomparáveis; popularidade sem rival; qualidades raras; o hábito de ver os interêsses nacionais do alto, acima do horizonte visual dos partidos; extremoso patriotismo; ardente ambição de grandes ações; imunidade a ressentimentos políticos, dos quais teve a fortuna de se preservar; uma entidade, em suma, a todos os respeitos singular para a ocasião, para o caso, para a solução providencial do problema. Era uma candidatura que seria recebida nos braços da nação e levada por ela em triunfo à presidência."

Na véspera, no entanto, Rio-Branco havia lançado nos seus Cadernos de Notas esta frase:

"Questões de sentimentalismo não devem prevalecer sobre as conveniências da defesa nacional e os interêsses políticos da nação."

Isto explica - a despeito do seu engano, do erro da atitude que ia tomar - a razão da solidariedade com que concorreu para a candidatura de Hermes da Fonseca. Ele não podia prever que uma camarilha se apossaria do marechal para levar o seu governo aos dias terríveis do estado de sítio, do caso do Satélite, das derrubadas nos Estados e do bombardeio

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