Se fossem vivos os estadistas de 1851, estou persuadido de que seriam os primeiros à promover as modificações que hoje propomos ao Congresso Nacional no tratado que lhe vai ser submetido".(725) Nota do Autor
Desde que assumira o Ministério das Relações Exteriores ocorrera a Rio-Branco a ideia de um novo tratado com o Uruguai(726). Nota do Autor Assim, quando Carlos Maria de Penna veio em 1907 ao Rio numa missão confidencial, logo recebeu do Ministro das Relações Exteriores a resposta de que estava ele estudando um novo tratado entre os dois países, a ser feito sem solicitação e sem compensações do Uruguai. O que faltava a Rio-Branco era preparar os meios políticos e a opinião pública para esse ato diplomático, e isto explica que só em 1909 tenha realizado o projeto que construíra desde a chegada da Europa. Ao orgulho nacional é sempre agradável receber ou conquistar; mas dar encontra sempre alguma resistência, mesmo quando isto significa apenas restituições ou prática de justiça. Muitos congressistas, por exemplo, mostravam-se contrários ao tratado, entre eles, a princípio, Lauro Müller, que duas vezes ocuparia as vagas de Rio-Branco sem propriamente substituí-lo, como ele mesmo reconhecia. Havia ainda o problema do Rio Grande do Sul, o mais afetado pelo projeto e que tinha um chefe político do prestígio e da autoridade de Pinheiro Machado. Não seria possível também esquecer a posição da imprensa.
Durante muitos dias, Rio-Branco se dedicou à tarefa de explicar aos congressistas e jornalistas a significação do Tratado Mirim-Jaguarão. Diante de um mapa indicava-lhes o histórico da questão e as suas condições do momento. Um