Rio Branco (o Barão do Rio Branco). Biografia pessoal e história política

por um se viu assim convencido nessa espécie de catequese diplomática. Não lhe faltou o apoio de Pinheiro Machado, nem a colaboração de Carlos Barbosa, presidente do Rio Grande do Sul.

Na mensagem presidencial de 1909, Afonso Pena anunciava oficialmente o projeto de um novo tratado com o Uruguai. A sua redação definitiva foi feita na noite de 2 de outubro(727). Nota do Autor Em fins de 1908, o jornalista Manuel Bernárdez encontrara Rio-Branco estudando com Euclides da Cunha o mapa dos novos limites, e recebera dele essa comunicação:

- Convidei-o a entrar para lhe dar uma notícia de primeira mão. O senhor é o primeiro a ver este mapa de nossas fronteiras com o seu país, como desejamos que fiquem estabelecidas. Há muitos dias trabalho nisto e agora acabo de determinar com Euclides da Cunha a linha definitiva, que correrá, como o senhor vê, ao longo do thalweg, equidistante das duas margens. Estou tomando, no momento, algumas notas para o estudo do tratado que devo levar ao presidente(728). Nota do Autor

Rio-Branco estava no propósito de marcar o Tratado Mirim-Jaguarão com aspectos realmente extraordinários. Concedia, por exemplo, ao Uruguai muito mais do que ele pleiteara outrora; não se limitava a conceder-lhe a livre navegação na Lagoa Mirim e no rio Jaguarão, mas o condomínio e a jurisdição sobre as águas, e mais ainda: uma retificação de fronteiras, pela qual algumas ilhas passavam a ser propriedades do novo vizinho, o que ultrapassava todas as esperanças uruguaias. De tal modo que em mensagem ao Congresso o presidente Cláudio Williman e o Ministro Antônio Bachini declaravam:

"El Exmo. Señor Barón de Rio Branco ha encarado y resuelto nuestras aspiraciones de todos los tiempos con un criterio que supera, por su amplitud y elevación, a esos legítimos anhelos de nuestro patriotismo, y que puede traducirse exatamente en esta fórmula sintética: que la Cancilleria Brasileria, al combinar las cláusulas del Tratado, ha concedido al Uruguay mucho más de lo que nuestra diplomacia demando en todas las épocas, y ha aceptado mucho menos de lo que essa misma diplomacia ofreció, como compensación, en sus constantes gestiones."

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