Rio Branco (o Barão do Rio Branco). Biografia pessoal e história política

Também desde o princípio estava Rio-Branco resolvido a não aceitar as compensações oferecidas pelo Uruguai, como o pagamento de sua dívida, achando que um ato de justiça internacional não poderia tomar o caráter de uma combinação de interesses(729). Nota do Autor De um projeto primitivo constava um artigo relativo à abertura da navegação do Taquari e do Ceboláti, mas Rio-Branco suprimiu-o porque "aos olhos do estrangeiro ficaria parecendo que com isso recebíamos uma compensação"(730). Nota do Autor Espontaneamente, desinteressadamente, renunciava às compensações "que outros poderiam pretender, dada a perfeita situação jurídica em que nos achamos".

Não cogitava sequer de agradecimentos, e a propósito declarou em discurso no Instituto Histórico:

"Se desejamos remover a exceção, que não é para o nosso tempo, nem para o nosso continente, não é com a ideia de merecer agradecimentos e conquistar a gratidão dos nossos amigos do Uruguai. O sentimento da gratidão raros homens o possuem e mais raro ainda ou menos duradouro é ele nas coletividades humanas que se chamam nações. Isso nos ensina eloquentemente a história da sempre tão limpa e generosa política internacional do Brasil, país que na frase de um ilustre estadista argentino, já foi libertador de povos oprimidos. Se queremos hoje corrigir parte da nossa fronteira meridional em proveito de um povo vizinho e amigo, é principalmente porque esse testemunho do nosso amor ao direito fica bem ao Brasil e é uma ação digna do povo brasileiro."(731) Nota do Autor

No Uruguai, o Tratado de 30 de outubro de 1909 foi considerado um acontecimento de extraordinária importância na sua história. E não tinha apenas sentido moral e político, mas também econômico: a Lagoa Mirim e o Jaguarão, por

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