íntimo, profundo, como a confundir dois seres numa só existência. Em Haia, Rui Barbosa teve ocasião de invocar os dois nomes nessa linha de continuidade e tradição:
"Ces notes mémorables étaient signées l'une et l'autre par le ministre Silva Paranhos, plus tard Vicomte du Rio-Branco, dont le nom, célèbre surtout comme celui d'un des protagonistes de l'émancipation des esclaves au Brésil, a rencontré dans son fils, le ministre actuel des affaires étrangères chez nous, un continuateur de l'esprit et des services de son père: heureuse coincidente, qui imprime une expression, pour ainsi dire, d'identité personnelle, à la continuité nationale de notre tradition."
Tanto o Visconde como o Barão do Rio-Branco iniciaram-se na vida pública como jornalistas, o primeiro em O Nôvo Tempo, o segundo em A Nação, ambos, depois, colaboradores do Jornal do Commercio. Fizeram aprendizados políticos como secretários: o Visconde, ao lado de Aureliano Coutinho; o Barão, ao lado do próprio pai. Logo, porém, as duas carreiras passaram a se distinguir uma da outra. O Visconde, grande orador, encontra no Parlamento o seu ambiente propício, e é lá que a sua personalidade se afirma e a sua ação toma forma; o Barão, sem recursos oratórios, refugia-se no gabinete de trabalho, e é aí que a sua personalidade se desenvolve e daí que a sua ação se projeta. Ambos estadistas: um, principalmente no Parlamento, porque a sua natureza o inclinava para o debate, o outro principalmente no gabinete porque a sua natureza humana o inclinava para o estado de solidão. Eram os dois, no entanto, dotados do mesmo espírito positivo, da mesma sobriedade, de uma igual segurança no domínio e comando dos acontecimentos.
Ao Visconde do Rio-Branco todas as oportunidades foram oferecidas desde cedo. Secretário de uma missão especial, em seguida ministro residente, logo após ministro de Estado em várias pastas, chefe de Ministério, a sua carreira se desenvolveu sempre em ascensão, sem intervalos, de etapa em etapa. Desde a mocidade obtivera a confiança e apoio do Imperador e de estadistas como Paraná, Uruguai e Abaeté. Ministro aos trinta anos, completou a sua obra antes dos sessenta, morrendo aos sessenta e um anos. Ao Barão do Rio-Branco, ao contrário, não se abriram cedo as oportunidades; diversos obstáculos marcaram o princípio da sua carreira. Viu erguer-se contra ele a hostilidade da Coroa e só a amizade de Cotegipe e