Caxias impediu a humilhação que seria a do seu nome vetado como candidato ao lugar de cônsul em Liverpool. Não dispôs de amigos que o ajudassem a subir, e à sua competência e aptidões especiais deveu as posições que lhe ofereceram depois. Não levando em conta a deputação na juventude, obtida pelo prestígio do pai, a sua vida pública só começou aos cinquenta anos, só veio a ser ministro de Estado quase aos sessenta, toda a sua grande obra foi realizada nos últimos dezoito anos. Desde a mocidade, todos previam para o Visconde do Rio-Branco uma carreira de estadista, enquanto ninguém acreditava a princípio em Juca Paranhos e somente na velhice a nação tomou conhecimento da sua personalidade.
Pai e filho estavam igualmente animados da ambição de grandes ações. E ambos as realizaram. O Visconde do Rio-Branco, agindo ao mesmo tempo na política e na diplomacia, ligou o seu nome à Lei do Ventre Livre e a vários tratados e ajustes de política internacional. A sua obra foi mais variada nos aspectos porque ele teve que se dividir entre diversas atividades. O Barão do Rio-Branco, historiador e jornalista, concentrou a sua ação na política externa, fez da diplomacia a sua forma de vida política. A sua obra, por isso, tem mais consistência e mais grandeza. O Visconde lançou princípios doutrinários que o Barão transformaria em realidade, o primeiro debateu questões que o segundo realizaria definitivamente. Das duas obras a do Barão do Rio-Branco é a mais completa e duradoura. Ambos foram figuras representativas da política externa brasileira, e de tal modo que a história do Itamarati é em grande parte a história dos dois Rio-Branco.
Outro problema de política internacional amplamente resolvido pelo Barão do Rio-Branco, o arbitramento, havia sido objeto de estudo do Visconde do Rio-Branco. Coube-lhe, quando na Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros, responder ao voto formulado a respeito no Congresso de Paris.
Escrevia o Visconde:
"Compartilhando em toda a sua extensão dos princípios para cuja adesão foi convidado, o Governo Imperial acompanha igualmente as potências signatárias do Tratado de Paris no voto que fazem para que,