Rio Branco (o Barão do Rio Branco). Biografia pessoal e história política

mesmos termos, da convenção de 1903, entre a França e a Inglaterra(734), Nota do Autor e já em 1906, em despacho à Embaixada do Brasil em Washington, o Barão definia o seu ponto de vista:

"Na discussão, recusaremos o arbitramento incondicional, abrangendo quaisquer questões que possam surgir. Queremos excetuar as que ponham em causa os interesses vitais, a honra, a independência ou a integridade territorial dêste pais".(735) Nota do Autor

Os tratados de arbitramento faziam parte de uma política americanista de paz e colaboração, que veio a ser a preocupação principal dos últimos anos de Rio-Branco no Itamarati. Falando a Ramon Cárcano, ele dizia:

- Já construí o mapa do Brasil. Agora o meu programa é o de contribuir para a união e a amizade entre os países sul-americanos. Uma das colunas dessa obra deverá ser o A. B. C.

O A. B. C. deveria ser uma política de cordial inteligência entre o Brasil, o Chile e a Argentina. A princípio Rio-Branco julgou-a inviável pela presença de Zeballos e outros inimigos do Brasil no governo argentino. Passou depois a considerá-la necessária como base de uma ampla política sul-americana. Ele próprio redigiu e entregou em Petrópolis ao ministro chileno, no dia 21 de janeiro de 1909, um projeto do "Tratado de cordial inteligência e de arbitramento entre os Estados Unidos do Brasil, a República do Chile e a República Argentina", que deveria ser apresentado pelo Chile(736). Nota do Autor Não era um tratado de aliança, mas apenas de cordial inteligência política entre os três países.

Disse Rio-Branco a Ramon Cárcano:

- Se conseguirmos firmar o A. B. C. nas bases desse tratado teremos assegurada para sempre a paz na América do Sul.

O enviado especial da Argentina, em missão particular, respondeu que era muito difícil para o seu governo aceitá-lo

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