de feitos gloriosos da nossa gente portuguesa e brasileira de outrora na defesa e dilatação do território do Brasil; prezar constantemente os que se dedicam à carreira das armas, indispensável para a segurança dos direitos e da honra da pátria; tudo isso, meus senhores, não significa que tenha sido ou seja eu um militarista, como no ardor das recentes lutas políticas, me acoimaram às vezes de o ser alguns dos combatentes mal informados dos meus sentimentos e ações."
Sobre o imperialismo:
"Também todos os meus atos e afirmações solenes no serviço diplomático, continuado no desempenho das funções que desde alguns anos exerço, protestam contra as tendências belicosas e imperialistas que alguns estrangeiros e nacionais me têm injustamente atribuído. Nunca fui conselheiro ou instigador de armamentos formidáveis, nem da aquisição de máquinas de guerra colossais. Limitei-me a lembrar, como tantos outros compatriotas, a necessidade de, após vinte anos de descuido, tratarmos seriamente de organizar a defesa nacional, seguindo o exemplo de alguns países vizinhos, os quais, em pouco tempo, haviam conseguido aparelhar-se com elementos de defesa e ataque muito superiores aos nossos.
Tôda a nossa vida como estado livre e soberano atesta a moderação e os sentimentos pacíficos do Governo Brasileiro, em perfeita consonância com a índole e a vontade da nação. Durante muito tempo fomos, incontestavelmente, a primeira potência militar da América Latina, sem que essa superioridade de força, tanto em terra como no mar, se houvesse mostrado nunca um perigo para os nossos vizinhos. Só nos lançamos a lutas no exterior quando provocados ou quando invadido o nosso território. Mas, cumpre notar, jamais nos empenhamos em guerras de conquista. E muito menos poderíamos ter planos agressivos agora que a nossa Constituição política proíbe expressamente a conquista e impõe o recurso do juízo arbitral, antes de qualquer apelo às armas, como há pouco advertiu o distinto orador a que respondo".(744) Nota do Autor
Em 1908, respondendo a uma sugestão de Nabuco para que retribuísse a visita a Root, escrevia Rio-Branco:
"Se eu fosse em missão de cortesia a Washington, os Governos do Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Colômbia e Panamá ficariam na obrigação de imitar o Brasil, e estou persuadido de que tantas recepções não deixariam de ocasionar incômodos e contrariedades ao Governo Americano. Não penso que tenhamos o dever de retribuir visita feita a tantos países no interesse do desenvolvimento da influência americana e não por atenção especial ao Brasil. A despesa com a missão daria lugar a críticas severas aqui e encontraria grande oposição. Por outro lado, nas condições da minha saúde e com os hábitos de vida sedentária