e retraída que tenho, eu não poderia resistir a uma semana de festas. Tenho por isso declinado convites ou insinuações que recebi para visitas ao Rio da Prata e Chile."

Começara a se sentir doente desde essa época. A um jornalista que o interrogara sobre a notícia de uma visita a Buenos Aires, respondeu:

- Estou demasiado velho e sinto as pernas muito fracas.

E acrescentou:

- Creia que perco forças dia a dia. Não faço exercícios, não posso fazê-los. Quando vou para Petrópolis, ao desembarcar em Mauá, se subo a prancha para a terra, tudo vai bem; mas descer, para entrar na barca, é um problema para mim. Parece-me que vou cair e tenho como que tonteiras.(745) Nota do Autor

Nos seus Cadernos de 1909 já aparecem de vez em quando notas como esta:

"Ainda bastante doente. Não saí."

Tornam-se frequentes as suas dores reumáticas e nevrálgicas. Constantemente ficava imobilizado com uma perna em cima da cadeira. As pernas muito grossas, por efeito da vida sedentária, apresentavam eczemas varicosas. O rosto ia perdendo a coloração rósea. A palidez, no entanto, era o único sinal exterior do seu enfraquecimento físico. Tamanha era a sua energia, a força íntima da sua vontade, que dominou até o fim a devastação do tempo e da doença sobre o corpo: não conheceu a melancolia da decadência ou da fraqueza do espírito. O rosto, embora pálido, continuava a refletir a integridade de sua vida interior; ele apresentava ainda "aquelas linhas corretas e solenes, como que destinadas a perpetuar-se no cunho das medalhas".

À devastação da doença juntaram-se os desgostos políticos. O Governo do marechal Hermes da Fonseca havia-se tornado desde o princípio uma desgraça nacional. Da incultura e da inexperiência do Presidente uma camarilha estava se aproveitando para assaltar as posições de qualquer maneira. Criava o próprio oficialismo a desordem e a divisão no país. Um espetáculo de arrivistas e especuladores que devia causar