Seria profundamente doloroso que não pudesse continuar a prestar ao Governo de V. Excia. os serviços que meu precário estado de saúde ainda permite(749). Nota do Autor
A 19, no Catete, apresentou pessoalmente ao Presidente o seu pedido de demissão.
O marechal mostrara-se alarmado e comovido:
- Se o Sr. sair, eu também renuncio. Ao que Rio-Branco respondeu:
- O Sr. não pode sair. Seria a anarquia. Eu não posso ficar, porém, e por dois motivos: como ministro do Exterior, não devo continuar no Governo diante do bombardeio da Bahia; como homem, não posso permanecer com o Governo que está perseguindo de maneira iníqua e ilegal o genro do Barão de Cotegipe, a quem devo o início de minha carreira no Itamarati.
Hermes da Fonseca, ao ouvi-lo, ficou emocionado até às lágrimas. Propôs numa súplica:
- E se eu repuser tudo no que estava, o Sr. não abandonará o governo? Porque sou seu amigo e prefiro tudo, menos que o Sr. deixe o serviço da Pátria(750). Nota do Autor
Rio-Branco retirou, então, o seu pedido de exoneração. Ordens foram dadas ao general Vespasiano para restabelecer a legalidade na Bahia. Mas a desordem e a violência voltariam pouco depois da morte de Rio-Branco. Nos últimos dias de janeiro, ao sair do Itamarati, José Marcelino dizia aos amigos:
- Paranhos está morto(751). Nota do Autor
No dia 5 de fevereiro de manhã - data aniversária do seu grande êxito em Washington, quando recebera, dezessete anos antes, o laudo arbitral do presidente Cleveland - ele caiu sob o peso de uma crise de insuficiência renal. E o comunicado médico, no mesmo dia, anunciava: "Apresentaram-se sintomas graves, habituais nesses casos".