desiste, pois "não convém trabalhar para o Bispo, como dizem", já que o outro concorrente fez um lance de 48:250$000, afora as propinas e outras despesas (4)Nota do Autor.
Prado se interessa, ainda, por outros contratos referentes aos caminhos das tropas. Em 1820, por exemplo, juntamente com João da Silva Machado, arrematou os contratos da passagem dos animais pelos rios Canoas e Pelotas e do Cubatão de Paranaguá. Machado devia providenciar a administração dos mesmos. O contrato de Canoas e Pelotas, já nos confins da capitania, ficou em 131$740 no triênio de 1820-1822. Esse contrato será logo vendido por 233$240, a serem pagos em quatro vezes, o que representa um bom lucro — cerca de 77%, e vem provar que a arrematação da cobrança de impostos constituía nessa época ótima fonte de renda (5)Nota do Autor.
Em 1820, Prado também arrematou a passagem do rio do Registro de Curitiba, o rio Iguaçu, pela quantia de 312$640. Seu sócio nesse negócio foi Joaquim Ribeiro dos Santos, morador em Curitiba. Prado vendeu sua parte no fim do ano seguinte. Na passagem, o que realmente interessava era a loja que existia ali e que abastecia os tropeiros. Por ocasião da primeira tentativa de arrematar os meios direitos de Curitiba, ele mostrara a importância da loja. Não queria que determinada pessoa entrasse "em Sociedade na Loja que costumam ter os contratadores naquele Registro, o que suponho fácil por ignorarem a vantagem deste negócio". Prado e Machado sabiam que a loja podia dar bastante lucro, sendo que este último devia obter as fazendas necessárias no Rio de Janeiro. Não há, entretanto, mais notícias a respeito. Saint-Hilaire, que esteve em 1820 no Registro, mostra a importância da loja, cujo privilégio no começo era mais amplo, "pois nenhum comerciante podia abrir casas de negócios na Lapa e em Lajes, vilas que, como se sabe, constituem os extremos do sertão, de certo tempo em diante, porém, o mencionado privilégio ficara circunscrito ao registro". Essa loja fazia adiantamentos em mercadorias e dinheiro aos tropeiros que vinham do Sul. Os seus administradores, geralmente, eram reembolsados em Sorocaba, depois de vendidos os animais (6)Nota do Autor.
Em 1819, Prado se interessa inclusive por um contrato fora da capitania de São Paulo. Trata-se do contrato do imposto sobre os animais do Registro de Santa Vitória, situado na Capitania do Rio Grande do Sul, onde se cobrava uma taxa sobre os animais antes de se dirigirem para a Capitania de São Paulo. Situava-se o Registro nos campos de Vacaria, no caminho entre Nosso Senhor de Oliveira da Vacaria e Lajes. Prado pretendia arrematá-lo em sociedade com os dois irmãos Lírio, do Rio de Janeiro, e com