Exceção a alguns, os poucos contemporâneos dos acontecimentos, ainda vivos, ou mesmo os de uma certa idade, que eventualmente tenham ouvido sobre os fatos, condicionados durante largo tempo à repressão, mesmo conhecendo que os descendentes da família Carvalho em Araraquara, poucos, já não militam na política, nem tampouco representam expressão socioeconômica, ou risco de qualquer ordem, não parecem dispostos a confirmar a proverbialidade do "Coronel" Veremundo Soares: "Quem não quiser saber das coisas mate os velhos".(17) Nota do Autor
c - Uma mística: Os "santos Britos"
O clima repressivo que, desde o início, cercou o trato dos acontecimentos, aliado à fertilidade da imaginação e ao misticismo popular, fizeram com que se criasse em torno dos fatos um acervo paralelo, quase sempre sem o mais remoto fundamento de realidade. Desse acervo, relataremos alguns "episódios", os de voga popular mais frequente.
Desde 1895, estava em Araraquara um padre italiano, o Padre Antônio Cesarino. Após o flagelo dos Britos, os seus corpos, picados em pedaços e esparramados no Largo da Matriz, teriam sido recolhidos piedosamente, em um carrinho de pedreiro, pelo Padre Cesarino, que os conduzira para dentro da igreja, cobrindo-os com as alvas toalhas do altar. No início da madrugada, ao ouvir barulho, pressentindo o que ia acontecer, o Padre subira à torre da igreja e, badalando os sinos, começara a gritar para que não matassem os inocentes. Depois, já dia claro, vendo os dois cadáveres no chão, badalara novamente os sinos e, do alto da