Anos depois, o Asilo de Mendicidade construiria uma sala próxima à capela, a fim de que os fiéis depositassem objetos, por reconhecimento de graças alcançadas: a "sala dos milagres". Reproduções de membros em gesso, aparelhos ortopédicos, peças de roupas, uma imensa quantidade de fotos expostas ao lado das fotos emolduradas de Rosendo e Manuel, as modestas paredes que, periodicamente pintadas, logo retomam o aspecto anterior, repletas de pedidos desesperados e agradecimentos pungentes, dão o testemunho da fé que a mística popular consagrou aos "santos Britos" ou aos "irmãos Britos" como, frequentemente, também aparece nas inscrições das paredes ou dos bilhetes devotos que sobre o "altar da sala dos milagres" são deixados o ano inteiro.
Se o abandono em que ficou o velho cemitério e a proibição de falar do caso, por tanto tempo, não serviram para mais do que distorcer a realidade dos fatos, as construções da capela e da "sala dos milagres" representaram um poderoso estímulo à crença popular. A partir de então, a visitação ao local aumentou de modo impressionante. Nos dias 1º e 2 de novembro correm ônibus especiais que, de meia em meia hora, saem da Praça Pedro de Toledo, no centro da cidade. Mas, grande parte dos devotos, ou no cumprimento de promessas ou seguindo velha tradição, faz o percurso a pé, sendo perceptível um sentimento místico no semblante dos que examinam as inscrições e os objetos na "sala dos milagres", dos que fazem a sua oração na capela, dos que acendem suas velas no "cruzeiro", formando grande fogaréu, ou dos que examinam os três ou quatro modestos túmulos anônimos que, em ruínas, foram preservados.
Todavia, nem tudo é fé. Ao longo da estrada, hoje asfaltada, que liga o cemitério à cidade, instalam-se, nesses dias, barracas e bancas para a venda de velas, doces, refrigerantes, etc., e, na frente do cemitério, mais de duas dezenas de barracas cobertas por encerados de lona, desde o dia 31 de outubro, instalam-se, a fim de atender os que pernoitam de 1º para 2 de novembro, bem como os milhares de visitantes dos períodos diurnos, comercializando cachaça, frituras, velas, frutas, bijuterias baratas, etc.