que lembrava um carvão aceso (brasa) e tornou-se durante várias décadas o principal artigo de exportação. Por essa época os franceses frequentavam a costa brasileira quase tanto quanto os portugueses, que acabaram se convencendo de que era necessário fazer grandes esforços se quisessem conservar e expandir as poucas colônias que possuíam ao longo do litoral.
Por volta de 1535, D. João III, rei de Portugal, dividiu a costa brasileira entre a foz do Amazonas e São Vicente em doze capitanias, doando-as a representantes da nobreza, por isso conhecidos como "donatários". Os direitos e privilégios de que estes gozavam correspondem aproximadamente aos dos lordes proprietários (lord proprietors) que em data ulterior fundaram colônias nas Antilhas e na América do Norte. Obrigavam-se os donatários a colonizar e defender o seu território às próprias custas, recebendo em troca, no que toca à administração, a jurisprudência, a coleta de impostos, e plenos poderes sobre os colonos que conseguissem trazer para as suas capitanias. Diante da grande atração exercida pelo dinheiro fácil e o luxo rebrilhante dos estabelecimentos asiáticos, entre a nobreza endinheirada muito poucos se mostraram interessados pela aventura no Brasil, pelo que as doações, em sua maioria, foram feitas a fidalgos comuns, ou pessoas bem-nascidas. Como nenhum deles era bastante rico para dispor do capital necessário a empresas tão custosas, dos primitivamente aquinhoados quatro deixaram de colonizar as terras de que eram donatários, enquanto outros quatro sucumbiram vítimas dos selvagens. D. João III não custou a perceber que havia necessidade de instituir um governo central se se quisesse evitar o colapso dos estabelecimentos que restavam. À vista disso, em 1549, foi nomeado Tomé de Sousa governador-geral, com a ordem de instalar na Baía de Todos os Santos a sede do governo. Acompanharam-no seis membros da recém-fundada Companhia de Jesus, como qualificados representantes da ordem religiosa que estava fadada a desempenhar tão importante papel no desenvolvimento do Brasil colonial(2). Nota do Autor
A 3 de janeiro de 1558, Mem de Sá, irmão do grande humanista e poeta Francisco de Sá de Miranda, assumiu, na Bahia, o