Salvador de Sá e a luta pelo Brasil e Angola; 1602-1686

presente livro. Salvador, o velho, nasceu em Portugal em 1547, no castelo familial de Pena Boa, perto de Barcelos, na província setentrional de Entre Minho e Douro. Sua primeira estada no Rio de Janeiro, como governador, durou apenas três anos (1568-71); mas retornou ao Rio, no mesmo posto, seis anos depois, mantendo-se nele até 1598. Não permaneceu todo este tempo na cidade, pois chefiou muitas expedições ao interior, umas em busca de índios escravos, outras à procura de minas de ouro, de prata e pedras preciosas, que se dizia existirem nas montanhas cobertas de mata, no sertão. Foi no Rio, por volta de 1575, que nasceu seu filho Martim de Sá, embora pareça andar "envolvido em mistério" o verdadeiro estado civil da mãe, durante essa época. Salvador, o velho, e Martim de Sá são figuras preeminentes numa das obras mais fascinantes da literatura de viagens da era de Elizabeth, The admirable adventures and strange fortunes of Master Anthony Knivet, which went with Master Candish in his second voyage to the South Sea, 1591.(4) Nota do Autor Anthony Knivet tinha sido criado (ou escravo, como ele próprio se intitulava) deles desde a sua captura pelo jovem Martim de Sá, em 1592, até a sua fuga da família Sá, em Lisboa, algum tempo depois de 1602. O velho Salvador funcionou como governador da capitania de Pernambuco entre 1601 e 1602, no decurso de sua viagem de volta para a Europa. Ele retornou ao Brasil em 1614, a fim de tentar novamente o descobrimento das enganosas minas de ouro e de prata que se supunha existirem no planalto paulista; mas não se sabe, ao certo, quanto tempo gastou nessa empresa infrutífera. Viveu longos anos de velhice respeitável após sua volta para Portugal, onde faleceu em 1631.

Martim de Sá acompanhou o pai em algumas de suas viagens de exploração e busca de índios para o cativeiro, antes de, nos últimos anos, chefiar, ele próprio, e às suas expensas, outras muitas, como sabemos por Knivet, que foi seu companheiro em mais de uma. Martim foi capitão-mor de São Vicente em 1620-2; por duas vezes foi governador do Rio de Janeiro, a primeira de 1602 a 1608, a segunda de 1623 até a sua morte, em 10 de agosto de 1632. Esforçou-se enormemente pelo progresso da cidade, dando provas de ser um administrador enérgico e capaz. Afora

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