em 1968, em Cambridge, livro sobre o assunto, intitulado Great Britain and the Onset of Modernization in Brazil, 1850-1914.
No caso da "influência inglesa", tão repetidamente mencionada em nossa historiografia referente ao século XIX, fontes documentais britânicas foram raramente usadas, ainda mesmo quando publicadas e até traduzidas.
A Oxford University Press publicou em 1928 a obra do professor Charles Kingsley Webster, Britain and the Independence of Latin America, que, constituindo grande acontecimento no mundo da historiografia, traduzida em Buenos Aires em 1944 pela Editorial Guilhermo Kraft, não foi, entretanto, suficientemente divulgada.
A respeito dessa obra, é importante lembrar ainda a de C. E. Black (The Dinamics of Modernization, Nova York, 1966). Black desaconselha a seus leitores a procura de uma explicação sucinta ou unilateral para o complexo fenômeno da propagação da modernização, e esclarece a relatividade dos termos tradicional e moderno, embora o faça em outro contexto.
Pouquíssimo tem sido escrito com base em documentação norte-americana, já que o papel dos Estados Unidos no Brasil do século XIX é raramente abordado em nossa historiografia em contexto que lhe dê maior significação na primeira metade do século. É que nos acostumamos a pensar em termos de influência econômica em relação à influência estrangeira entre nós, talvez com certa exceção à francesa. Mesmo partindo desta posição, o papel da Grã-Bretanha, apesar de sua indiscutível proeminência, continua ainda pouco estudado em suas nuanças e nos detalhes de injunções políticas, sobretudo vendo-se também o "lado de lá".
Já com os Estados Unidos nem mesmo isso ocorreu. Quase nada existe a respeito de suas relações com o Brasil e uma inexplicável "faixa de silêncio" paira sobre diversos fatos, apenas mencionados de passagem aqui e acolá, tais como os contatos entretidos por revolucionários brasileiros nos EUA ou a presteza deste país em reconhecer nossa independência ou nosso regime republicano, tão logo foi proclamada a República.
É bem verdade que houve uma época no século XIX, especialmente a década de 60, em que um zelo inusitado andou a animar nossos historiadores e políticos em torno da Conjura Mineira, procurando-se então documentação americana para interpretá-la.
Esse interesse surgiu do estudo de Joaquim Norberto de Sousa e Silva. Nem sempre simpático aos inconfidentes, abriu o caminho de um zelo maior pela história da Inconfidência, que se acentuou com o advento da República. Surge em 1860, a pedido do próprio Sousa e Silva em sessão do Instituto Histórico, a deliberação de solicitar ao Departamento de Estado norte-americano cópia da correspondência de Jefferson, ideia abandonada depois.