A instrução e o Império - 2º vol.

municipal, e um pelo distinto corpo do comércio da Corte. É de esperar que, com o incremento progressivo da iniciativa individual e continuando o Estado a prestar à instrução popular os possíveis recursos, fiquem ao menos dotados de escolas regulares, dentro em pouco, todas as paróquias do Município da Corte. É ainda nimiamente exígua a quantia destinada ao ensino: no orçamento vigente é de pouco mais de 500 contos para as escolas primárias e secundárias da Corte; 290 contos para a elementar, o que dá 1$620 por habitante livre. Fazendo-se o mesmo cálculo em relação às províncias; o termo médio quanto a estas não vai além de 4$000... É, pois, indispensável aumentar a verba relativa à instrução primária, sem o que ficarão letra morta todas as demonstrações da indeclinável urgência de melhorá-la. Para tudo são precisos recursos, e nós temos de aumentar o número das escolas, pois as nossas são menos da quarta parte das que existem nos países cultos menos favorecidos; de ampliar muito o número de professores, e remunerá-los melhor para viverem decentemente com os seus vencimentos; e bem assim de elevar o número e o vencimento dos adjuntos e dos empregados da Inspetoria geral. Precisamos finalmente de escolas primárias do 2° grau, escolas noturnas, escolas normais e bibliotecas. Se quisermos acudir já a todas estas necessidades, teríamos de despender alguns milhares de contos, principalmente nos primeiros anos; mas sendo isto agora impossível, fique ao menos bem claro que pouco se poderá fazer com a quantia atualmente orçada, e que se precisará do dobro, senão do triplo para encetar os mais urgentes melhoramentos.